A deputada federal Coronel Fernanda (PL-MT) apresentou nesta quarta-feira (15.02), o Projeto de Lei nº537 de 2023 que cria o Dia Nacional da Mulher Rural, que após aprovação, será comemorado no dia 15 de outubro. A proposta tem como objetivo homenagear as trabalhadoras do campo, reconhecendo o papel da mulher na seara agrícola como forma de estabelecer políticas públicas que valorizem e incentivem o trabalho feminino.

“É preciso enaltecer o trabalho das mulheres que atuam no campo. Há tempos elas deixaram de ter papel secundário no setor, muitas delas passaram de apoiadoras do marido na atividade rural para a posição de proprietárias ou mesmo gestoras de lavouras de ponta a ponta. Atualmente, além de atuarem como produtoras rurais, pecuaristas, elas prestam serviços nas fazendas, nos polos de tecnologia, pesquisa e desenvolvimento do agro, dentre outras áreas relacionadas ao meio rural”, justifica a deputada.

Segundo informações da ONU Mulher (Organização das Nações Unidas dedicada à igualdade de gênero e o empoderamento das mulheres), a mão de obra feminina responde por 45% da produção alimentícia no Brasil e demais países em desenvolvimento. Elas trabalham cerca de 12 horas semanais a mais que os homens. Ainda assim, somente 20% dessas trabalhadoras são proprietárias das terras onde trabalham. A Organização ainda ressalta que em torno de 90% do que elas lucram no campo é reinvestido na educação e no bem-estar da família.

O dia 15 de outubro foi escolhido por já ser celebrado o Dia Internacional da Mulher Rural.

Mulher no campo

Dados do Censo Agro de 2017, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), destacam que a população brasileira é composta por 51,8% de mulheres e 48,2% de homens. No entanto, quando são analisadas as estatísticas referentes à liderança de imóveis rurais, a proporção é de 81% de homens contra 19% das mulheres.

As mulheres representam apenas 29% do agro brasileiro, ainda assim, estão no comando de 946.075 (18,7%) das cerca de 5 milhões de propriedades rurais contabilizadas pelo levantamento e ainda, que o número de estabelecimentos rurais administrados por mulheres cresceu 38%, em 12 anos. Elas também representam mais de 40% da mão de obra agrícola nos países em desenvolvimento, de acordo com a Organização Internacional do Trabalho (OIT).