Em audiência pública requerida pela deputada federal Coronel Fernanda (PL-MT), na Câmara Federal nesta semana, discutiu-se as políticas destinadas à produção agrícola em terras indígenas, no país. A reunião conjunta contou com participação de representantes da Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural (CAPADR), Comissão de Integração Nacional e Desenvolvimento Regional (Cindre), Comissão da Amazônia e dos Povos Originários e Tradicionais (Cpovos) e líderes indígenas de diversas etnias.
A proponente da audiência que faz parte da CAPADR e CINDRE, defende que as comunidades indígenas do país tenham liberdade de produzir em seu território.
“Nós buscamos o reconhecimento dos povos indígenas que lutam pelo direito de produzir na sua terra, de acordo com a realidade que eles vivem. Porque quem conhece a terra é quem vive nela, sabem o que produzir na sua área e conhecem as suas riquezas. Os povos indígenas do meu Estado têm buscado o melhor para a sua subsistência, para ter qualidade de vida e também para garantir que seus costumes sejam preservados. E querem ser referência no Brasil”, destacou a congressista mato-grossense.
A líder do movimento Agroindígena, Luciene Kayabi, pontuou que os povos indígenas fazem parte do agronegócio nacional e nada mais justo que ser estabelecido um agroindígena Brasil.
“Como somos indígenas nós estamos sofrendo tanto empate, discussões e críticas, só que nós temos conhecimento de causa e argumento, mas queremos parceria, queremos simplesmente melhorar a vida do nosso povo, contribuir para o PIB brasileiro. O agroindígena é dedicado ao povo indígena que quer plantar, que quer se desenvolver, os que não querem, nós respeitamos”, esclareceu.
O presidente da Cooperativa Agropecuária dos Povos Indígenas Haliti-Paresi, Nambikwara e Manoki (Coopihanama) Arnaldo Zunizakae, salientou que de maneira nenhuma abre mão dos direitos dos povos indígenas sobre sua terra.
“Não abriremos mão dos nossos direitos sobre a terra. A demarcação é tão importante quanto a sobrevivência lá dentro, porém não podemos falar só em demarcação de terras, precisamos também falar de vidas que estão lá dentro, de dignidade, de bem-estar do ser humano que ali vive, que são os indígenas”, defendeu.
Considerando as declarações dos líderes indígenas, Coronel Fernanda, reforçou a importância de assegurar políticas para aperfeiçoar a qualidade de vida e gerar renda às comunidades indígenas no Brasil.
“É preciso dar oportunidades de ascensão às comunidades indígenas para se sentirem valorizadas. Os índios precisam de boas condições de vida como qualquer outro cidadão brasileiro”, concluiu ela.
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